Sempre temos amigos que nos tiram do sério, mas que a gente ama e não consegue levar em consideração as suas inseguranças que nem sempre tem nada a ver com a gente.
Tenho um amiga de longa data, trabalhamos muito anos juntas e sempre era esta amiga que me acudia quando eu estava assoberbada de tarefas
urgentíssimas, muito inteligente ela sempre encontrava uma maneira de adiantarmos o serviço. Muito vaidosa, sempre estava impecável, quando surgia algum evento de última hora ela sempre estava pronta para representar a repartição como diz Lineu da Grande Família, programa humorístico da Rede Globo, interpretado pelo ator Marco Nanini.
Muito prestativa, durante os anos que trabalhamos juntas eu nunca ouvi um não da sua boca. Muito educada, não discutia com ninguém, mesmo tendo razão, só sabia chorar. E eu falava, deixa esta educação fora de hora e responde, este negócio de falar baixinho, não discutir, aceitar tudo nunca foi o meu forte. Tendo razão ninguém passa por cima de mim, seja lá quem for, até com o Sr. Governador, dependendo da minha razão eu discutiria o meu ponto de vista.
Nesta nossa repartição havia muitas viagens para a capital, Belo Horizonte, e quando era evento chique com a presença das autoridades, ela era sempre a escolhida, pois não usava jeans, e estava sempre de cabelo arrumado e unhas feitas.
Nestas idas e vindas minha amiga arrumou um namorado, esqueci de dizer ela era solteira e eu casada. Namoro vai, namoro vem, chegou o dia de conhecer o príncipe que virou sapo. Logo na primeira vez que foi a minha residência para o conhecermos vi logo que o sujeito era muito folgado, chegou como se já conhecesse todo mundo tomou conta do pedaço.
Não quis fazer nenhum comentário, pois até então minha amiga não perguntou o que eu achei do sujeito. O tempo foi passando e nós sempre fazíamos o mesmo percurso até um certo trecho do caminho.
Minha amiga resolveu casar e ir embora, eu dei a maior força, mas infelizmente não deu certo ela separou e retornou para a nossa cidade.
Mais como nada é perfeito, eu também me separei e me mudei para perto da casa dela. Estávamos sempre lá trocando figurinhas eu e a minha irmã. Minha mãe faleceu, e nós resolvemos mudar para um apartamento no centro da cidade.
Como amigo tem cada uma, esta minha amiga simplesmente cismou que foi me visitar tocou o interfone e nós vimos que era ela e não abrimos o portão. Ficou um bom tempo magoada comigo, até o dia que me falou o porquê. Não sei se ela acreditou ou não na minha versão de que não a vi e que nunca deixaria de abrir a porta para ela.
Amigo tem cada uma!!!
((Neusinha Martins))
10/07/2011
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